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Chimamanda Ngozi Adichie é mais uma adição ao meu catálogo de livros a ler, graças ao podcast BookRiot. Este e o Americanah foram os primeiros títulos que entraram na minha lista, mas consta que toda a sua bibliografia merece uma leitura.
Este pequeno ensaio (mais um conto) - Todos devemos ser feministas - tem como base uma TEDTalk e pretende sensibilizar a comunidade para a importância de todos sermos feminista - uma pessoa que acredita na igualdade social, política e económica entre os sexos. E pretende quebrar os preconceitos em relação à palavra.
A familiaridade com todos os tópicos acaba por ser muito triste.
Também eu me recordo de um episódio na minha vida que traduz muito bem o impacto do "olhar masculino" na escolha de vestuário.
Ia para uma reunião num cliente do meu irmão mais novo (eu já com trintas). Estávamos num dia quente e levava um top com decote em V (alças largas) e levava um blazer no braço. Ao sairmos ele disse-me que assim (não reparou no casaco) não ia à reunião. Defendi-me com o casaco quando deveria tê-lo mandado ir à reunião sozinho. Até hoje envergonha-me não ter reagido de outra forma.
Ceder um bocadinho é ceder, é deixar que determinem o que vestimos o que fazemos. É sempre uma forma de cumplicidade.
A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura.
Mas a discriminação de género não é perspectivada por Chimamanda Ngozi Adichie como apenas um problema no feminino (embora esmagadoramente no feminino). Ontem, um jornal reportava que "a violência doméstica deixou 122 crianças órfãos" e apenas estamos a falar de 2015.
O problema da questão de género é que se foca naquilo que devemos ser em vez de reconhecer como somos de verdade. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do género. Os homens e as mulheres são inegavelmente diferentes em termos biológicos, mas a sociabilização exagera essas diferenças.
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