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Packing my Library, Alberto Manguel
E se o gato deixar...
terminar Novas Cartas Portuguesas
ler Cosmos de Carl Sagan
ler Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett
Li muito menos do que planeiei, ainda assim, considero o meu #nonfictionnovember um sucesso, com excelente não-ficção nacional.
Ando completamente enamorada do blog da Cristina Nobre Soares sobre comunicar (claramente) ciência.
Ainda por cima, um dos últimos post é sobre Carl Sagan e pronto... pode publicar Carl Sagan diariamente e sou uma mulher feliz.
Mas para ser honesta, foi uma troca de impressões com o Um Leitor (ministeriodoslivros.blogs.sapo.pt), que me fez querer partilhar os livros com excelente comunicação de temas científicos, para não cientistas.
Nota 1 - A lista infra não inclui Carl Sagan. Assumam que está toda a sua obra. Escolham um tema de entre os seus livros e divirtam-se.
Carl Sagan é, para mim, o melhor comunicador de ciência. Ponto final. Parágrafo.
Nota 2 - Apercebi-me agora que, não tenho nenhum dos livros que vos vou recomendar. Façam como eu, utilizem as bibliotecas públicas. Se não tiverem os livros, peçam para vos comprar.
A vida imortal de Henrietta Lacks - Rebecca Skoot
Sabem o que são células HeLa? Eu também não sabia até ler este livro.
As células humanas normais "dividem-se apenas um número finito de vezes, depois param de crescer e começam a morrer." O número de vezes que se podem dividir é específico (cerca de 50 vezes) e chama-se "limite de Hayflick". Mais, existe "uma cadeia de ADN no final de cada cromossoma, chamada telómero, que se encurtava um pouco a cada divisão celular (...) param então de se dividir e começam a morrer". A nível celular, é assim o envelhecimento.
As células cancerosas de Henrietta Lacks nunca envelhecem e nunca morrem. Dividem-se sem limites e por isso são imortais. Tornaram-se as primeiras células humanas a serem cultivadas em laboratório.
Débora, a filha de Henrietta Lacks:
(...) sempre pensei que era estranho, se as células da nossa mãe fizeram tanta coisa pela medicina, porque razão a família dela nem sequer tem dinheiro para ir ao médico? Não faz sentido. As pessoas ficaram ricas à conta da minha mãe sem que nós soubéssemos que lhe tinham tirado as células, e agora não vemos um tostão. Costumava ficar tão zangada com isso que adoeci e tive de tomar comprimidos. Mas já não tenho forças para lutar. Só quero saber quem foi a minha mãe.
A ciência (como deve ser) corre, neste livro, paralela à vida. Este livro é também sobre as aberrantes experiências médicas feitas com negros e sobre esta família que viveu à sombra de algo que não sabia existir.
Lab Girl - Hope Jahren
It's inescapable: at this very moment, within the synapses of your brain, leaves are fueling thoughts of leaves.
Lab Girl é um livro de memórias de Hope Jahren, uma jovem cientista que estuda a paleobotânica (estudo de vegetais fósseis) e que nos transmite um amor incondicional pelas plantas e árvores em particular. Na verdade, depois de o ler, sinto que passei a ver, verdadeiramente, as árvores.
O livro alterna memórias com capítulos enciclopédicos sobre plantas e árvores.
É excelente. Ouvi-o há dois anos no Playster* , narrado pela própria e nunca mais o esqueci.
A vida secreta dos intestinos - Giulia Enders
Giulia Enders faz precisamente aquilo a que se propõe:
Mas eu acrescentaria que faz mais, não é apenas um livro para quem tem problemas de saúde em geral ou intestinos em particular. É um livro para quem deseja, de forma simples, clara e muito bem humorada, aprender sobre como funciona o nosso sistema digestivo e como o ajudar.
A autora recebeu o convite para escrever o livro depois de vencer uma competição, precisamente, de comunicação de ciência - Science Slam.
Como essa sessão foi em alemão, aqui fica a versão inglesa.
Armas, Germes e Aço - Jared Diamond
O autor, um geógrafo, apesar de chamar ao livro Armas, Germes e Aço, dá como pressuposto que a sociedades humanas complexas emergem de excedentes alimentares, que por sua vez permitem uma maior densidade populacional e a possibilidade de sustentar pessoas não produtivas de alimentos como artesãos, inventores, militares, chefes...
A história da humanidade é assim repleta de factores que determinaram a evolução de um povo ou a conquista de outro e Diamond utiliza países, zonas ou episódios da nossa história e até a linguística para demonstrar diferenças evolutivas.
Jarod Diamond percorre 13 mil anos da nossa evolução para nos demonstrar a importância da domesticação das plantas, dos animais, de como evoluíram e se propagaram sistemas de escrita, do porquê da inovação tecnológica no Japão, entre outras informações chave. Em suma, como chegamos até aqui.
Porque o post já vai muito longo, fico-me por aqui. Felizmente não me faltam títulos de bons livros de não ficção.
* Surreal. Li numa publicação minha que ouvi num período experimental do serviço Playster.
Juro que não me recordo sequer de este serviço existir. Aproveitem!
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