Estórias Abensonhadas - Mia Couto
Ups... esqueci-me completamente que entre a Sophia e o Graham Greene li Mia Couto.
2 Julho - Aniversário do falecimento de Sophia de Mello de Breyner Andresen
5 de Julho - Aniversário de Mia Couto
Estórias Abensonhadas reune 26 contos de Mia Couto, previamente publicados em jornais e que foram revistos e alterados para publicação.
Pelas palavras do próprio:
Estas estórias foram escritas depois da guerra. Por incontáveis anos as armas tinham vertido luto no chão de Moçambique. Estes textos me surgiram entre as margens da mágoa e da esperança. Depois da guerra, pensava eu, restavam apenas cinzas, destroços sem íntimo. Tudo pesando, definitivo e sem reparo.Hoje sei que não é verdade. Onde restou o homem sobreviveu semente, sonho a engravidar o tempo. Esse sonho se ocultou no mais inacessível de nós, lá onde a violência não podia golpear, lá onde a barbárie não tinha acesso. Em todo este tempo, a terra guardou, in teiras, as suas vozes. Quando se lhes impôs o silêncio elas mudaram de mundo. No escuro permaneceram lunares.Estas estórias falam desse território onde nos vamos refazendo e vamos molhando de esperança o rosto da chuva, água abensonhada. Desse território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está, sonhando que vai, inventando que volta.