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Terminei estas leituras de Agosto em modo sprint, para não os entregar não lidos na biblioteca. Gostei de todos, tão únicos e distintos: uma novela gráfica, um romance da secção juvenil e um romance sui generis, pelo uso da oralidade como base.

Fahrenheit 451- Ray Bradbury, adaptação autorizada de Tim Hamilton

Um clássico que nunca sairá de moda. 

somos milhares de vagabundos por fora e bibliotecas por dentro

Uma releitura em forma gráfica de um livro fantástico, horrivelmente actual, nos dias que correm. Voltamos a ter "bombeiros" a (querer) queimar livros.

 

Não resisto a destacar a introdução de Ray Bradbury, sobre como a história surgiu na sua mente, escrito aos 50 anos da edição do livro. Mas acima de tudo, o delicioso aviso aos "professores ou estudantes":

Digo isto para explicar a todos os professores ou estudantes que leiam este livro que aquilo que fiz foi dar nome a uma metáfora e deixar-me livremente à solta, permitindo que o meu subconsciente trouxesse à superfície toda a espécie de ideias loucas.

 

As Telefones - Djaimilia Pereira de Almeida

Adorei Esse Cabelo, tendo a autora ficado na minha lista de autoras/es a que deveria estar atenta. Já requisitei o  Luanda, Lisboa, Paraíso, mas acabei por devolvê-lo por ler. Não iria fazer o mesmo a um pequeno livro com menos de 90 páginas.

 

Este pequeno livro surpreendeu-me pelo estilo: muito cortado, muito suportado na oralidade e muito reflectivo, o que tornou a leitura algo difícil em alguns momentos.

 

As Telefones posiciona-se como uma homenagem ao género literário da diáspora, o telefonema. Mãe (Luanada) e filha (Lisboa) crescem e envelhecem separadas pela geografia e pela pobreza, unidas por um telefone. 

Atrevo-me a dizer que há uma geração de portuguesas/es que iriam identificar-se com estes relacionamentos à distância, tão dolorosos para mães e pais, tão fraturantes para as emoções e identidades de crianças.

Djaimilia Pereira de Almeida consegue, inquestionavelmente, traduzir essa universalidade , apesar de cingir a geografia da obra em diversos momentos. 

Tenho mesmo de ir buscar Luanda, Lisboa, Paraíso. 

 

O que procuras está na biblioteca - Michiko Aoyama

Eu já não me recordo porque tinha este livro na TBR. Fui acaso, encontrei-o em destaque na secção juvenil da biblioteca, o que me surpreendeu. Descobrir que era uma espécie de livro de auto ajuda para profissionais descontentes, deixou-me muito confusa.

 

Este curioso livro está dividido em 5 capítulos, cada um com a sua personagem descontente:

Tamoka, 21 anos, uma vendedora de vestuário feminimo que pensou que iria "vencer" assim que chegasse à cidade grande e agora nem consegue almoçar no emprego porque reclamou de uma refeição e como não são cozinhar, vive uma vida de refeições de supermercado e vergonha pelos fracassos.

Ryo, 35 anos, um contabilista que sonha ter uma loja de antiguidades.

Natsumi, 40 anos, ex-editora de revista que perdeu a sua posição quando foi mãe e entre o amor pela filha e o ressentimento por ter de abdicar dos seus sonhos profissionais.

Hiroya, 30 anos, um nem-nem a sofrer de depressão que sonha, ou melhor, desistiu de sonhar em viver da sua arte.

Masao, 65 anos, um reformado que não sabe o que fazer com o "resto" da sua vida.

O factor de união entre estas personagens é um espaço mágico: uma casa comunitária com uma biblioteca, cursos, espaços de lazer em que se encontra uma personagem mágica: Komachi é uma bibliotecária que além das recomendações solicitadas, acrescenta sempre um livro inspirador, que é o catalizador para a mudança. 

É um livro sobre a magia das bibliotecas e das comunidades e na magia de acreditar na mudança movida pela paixão.

 

Honestamente, não acredito que um/a qualquer adolescente compreenderia este livro. Continuo a não perceber o que estaria a fazer na secção juvenil da biblioteca. 

 
O que não terminei:
Memória de elefante, António Lobo Antunes

Her Body and Other Parties, Carmen Maria Machado (audio)

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Lidos em 2024

31.08.24

Janeiro

1. Pode um desejo imenso (Edição Cotovia) - Frederico Lourenço biblioteca municipal

2. História do Cerco de Lisboa - José Saramago biblioteca municipal

 

Fevereiro

3. A história de Roma - Joana Bértholo biblioteca municipal

4. A gorda - Isabela Figueiredo biblioteca municipal

5. E a noite roda - Alexandra Lucas Coelho biblioteca municipal

6. A Day in the Life of Abed Salama - Nathan Thrall (Audiobook) - Everand (Ex-Scribd) 

 

Março

7. Funny Story - Emily Henry NetGalley

 

Junho

8. Yellowface - Rebecca F. Kuang (Audiobook) - Everand (Ex-Scribd) 

9. Twisted Games - Ana Huang (Audiobook) - Everand (Ex-Scribd) 

 

Julho

10. Um Dia de Verão - Slawomir Mrozek - Empréstimo

11. Knot My Type - Evie Mitchell - Everand (Ex-Scribd)  

 

Agosto

12. Fahrenheit 451- Ray Bradbury, adaptação autorizada de Tim Hamilton biblioteca municipal

13. As telefones - Djaimilia Pereira de Almeida biblioteca municipal

14. O que procuras está na biblioteca - Michiko Aoyama  biblioteca municipal 

 

Setembro

15. Memória de elefante - António Lobo Antunes biblioteca pessoal

16. The admiral´s peniless bride - Carla Kelly biblioteca pessoal

17.Texas Bride - Joan Johnston biblioteca pessoal

18. A fada Oriana - Sophia de Mello Breyner Andresen biblioteca pessoal

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Twisted Games - 1

Twisted Games - Ana Huang (audiolivro


Antes de mais, deixem-me esclarecer: não sou uma snob literária. Longe disso! Adoro um bom romance erótico tanto quanto qualquer outra feminista do charco. Aliás, as minhas listas de livros lidos, são prova disso.

Mas confesso: raramente me apaixono pelos livros que entram nos tops. Mas isso não me torna uma snob, apenas uma leitora um tanto... esquisita. É como se eu tivesse um radar literário que aponta para direcções diferentes da maioria.

Em Junho, finalmente peguei num dos livros da autora que parece estar SEMPRE nos tops de venda: Ana Huang.

Fiquei absolutamente parva! Não pude deixar de me perguntar: isto vende?

O livro não passava do habitual "*alpha-o-que-tu-gostas-é-de-tau-tau*", recheado de cenas que pareciam ter sido retiradas de diversos filmes e livros. Nada de novo sob o sol do romance, digamos assim.

Não me interpretem mal! Não sou do contra. Se um "fenómeno" agrada a uma multidão de leitor@s de romances, mais cedo ou mais tarde, é provável que eu acabe por ler esse livro.
E eu ADORO Emily Henry, outro "fenómeno" de vendas. A-D-O-R-O!

Mas realmente achei que o livro de Ana Huang é francamente sofrível.

 

SEM PRESCINDIR,

O importante é ler o que nos faz felizes, seja um bestseller ou aquele livro empoeirado que ninguém conhece.

Sejam esquisit@s!

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