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Nada como livros curtos e com um bom enredo e/ou personagem para me retirar de um período menos bom. Comecei o mês com três livros muito diferentes entre si.
Histórias da Terra e do Mar - Sophia de Mello Breyner Andresen biblioteca pessoal
O livro veio para as minhas estantes temporariamente. Faz parte do grupo de livros que fazem parte das metas curriculares ( e do Plano Nacional de Leitura) e por isso tem circulado entre as sobrinhas.
Como ainda não o tinha lido, aproveitei.
São cinco Histórias da Terra e do Mar com personagens ou enquadramentos mágicos.
Um dos meus contos preferidos foi a História da Gata Borralheira, uma metáfora sobre o valor da riqueza material nas nossas vidas e os custos de a colocar acima do amor e família.
Reli Saga um dos meus contos preferidos, sobre vidas adiadas e sacrificadas. Vig ama o mar e sacrifica a sua relação filial por essa paixão, para depois se "amarrar" em terra, pelo amor ao seu pai adoptivo. É um conto magnífico.
O Americano Tranquilo - Graham Green biblioteca pessoal
Se querem um livro imersivo e atmosférico, O Americano Tranquilo é Saigão nos anos 50.
É um livro difícil de catalogar (se o desejarem) porque é um policial (começa com um corpo e termina com a informação de quem o assassinou), mas também uma narrativa confessional, com uma personagem magnífica a narrar as suas vivências e opções face à política e à guerra, narrando-nos os seus conflitos interiores.
Thomas Fowler é um jornalista inglês de meia-idade que vive com uma jovem vietnamita. Quando se cruzam com o idealista Alden Pyle (um jovem americano), este imediatamente se apaixona pela jovem Phuong.
Idealista e honesto, Alden Pyle procura Fowler para o informar que deseja casar com Phuong. Alden é o cadáver com que o livro começa.
Já agora, um ensaio de Zadie Smith sobre The Quiet American
Persuasão [releitura]- Jane Austen biblioteca pessoal
Uma releitura do meu Austen preferido, para me juntar ao #janeaustenjuly, um evento literário nas redes sociais, para assinalar o aniversário do falecimento da autora (16 de dezembro de 1775 - 18 de julho de 1817).
Esta foi a última novela completa de Jane Austen, antes da sua morte prematura aos 42 anos.
Aos 19 anos, Anne Elliot apaixonou-se perdidamente por Frederick Wentworth e aceitou o seu pedido de casamento. Todavia, por pressões familiares e societárias (ele era considerado seu inferior na hierarquizada sociedade inglesa), optou por terminar a relação.
A história começa 7 anos depois, com uma Anne ainda solteira e ainda apaixonada e o retorno de Frederick Wentworth.
Anne é a irmã do meio que a família ignora e, em certos momentos, até despreza. E essa tristeza e solidão perpassa toda a obra, por vezes de forma excessiva, reduzindo Anne à "coitadinha".
Esta é a mais melancólica das obras de Jane Austen, mais próxima de Sensibilidade e Bom Senso, que Emma ou Orgulho e Preconceito.
Por isso, não posso deixar de achar idiótico o trailler da nova adaptação cinematográfica: Persuasion (2022) - IMDb.
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