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Morreu com apenas 30 anos, mas a sua carreira artística foi tão brilhante que podemos ver a sua luz até hoje. Sei a frase é um pouco piegas, mas venho assim... enlevada.
No Museu Nacional de Soares dos Reis [Porto], até 31 de Dezembro, está a recriar a exposição que Amadeo de Souza-Cardoso organizou para apresentar a sua obra em 1916 no Salão de Festas do Jardim Passos Manuel. Em 12 dias, a exposição receberia 30000 visitantes.
O Sr. Amadeo Souza-Cardoso que não é um anormal, mas uma criatura de talento, expôs os seus trabalhos. A população portuense mobilizou-se para os ir apreciar."
A exposição, pela sua modernidade, foi tão controversa que até o artista foi agredido.
A exposição actual, combina de forma brilhante a obra e as reacções à obra. A não perder.
Cada vez mais me pergunto que evolução fizemos: duvido que entrem no museu 2500 pessoas por dia para ver a exposição, lamento não termos uma publicação como o Século Ilustrado, que em plena ditadura tinha publico para reportagens com 10 páginas. Não somos nós a geração de cultos e letrados?
Em Lisboa, a exposição de 1916 esteve na Liga Naval (Palácio do Calhariz) e voltará a Lisboa de 12 Janeiro a 26 Fevereiro, no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
Recomendo vivamente este documentário para compreender o período, a obra e o autor.
Muito interessante a reflexão sobre porque, sendo Amadeo Souza-Cardoso um dos grandes a par de Modigliani, Picasso, Delaunay, entre outros, não alcançou a mesma fama: primeiro porque morreu muito jovem e depois porque a esposa não queria vender as obras, defendendo que o seu reconhecimento deveria ser feito nos museus.
Aos museus, então...
Esta foi a melhor exposição sobre um autor que já vi. E sendo uma papa museus, eu já vi bastantes.
É tão intuitiva e interessante que fiquei completamente maravilhada. A exposição foi dividida em secções como manuscritos, traduções, primeiros ensaios, marginália ou polémicas.
Em cada secção podiamos ver diversos documentos do autor, quase sempre com intervenções manuscritas do próprio.
Ficaria ali, o dia todo, a ler alguns dos documentos, as notas nas margens, as "orelhas" que foram acrescentadas, porque, por vezes, as margens não chegam.
E que tal lerem a correspondência que trocou com Eugénio de Andrade?
Mas o que me fez rir e desejar poder levar o documento para a zona de cadeiras, foi a secção de polémicas em que encontrei um documento de Luiz Pacheco chamado O caso do sonâmbulo chupista.
Neste folhetim, este acusa - e a meu ver prova - Fernando Namora de ter plagiado o Aparição de Vergílio Ferreira. Uma delícia.
Queria ter podido ler aqueles periódicos sentada numa cadeira ou no jardim.
E, porque estamos a falar de uma sala de exposições dentro de uma biblioteca, nada como lembrar os leitores que o autor está ao alcance de todos.
Recomendo viviamente que visitem. Até ao dia 13 de Novembro, na Biblioteca Almeida Garrett - Porto.
No Palacio da Bolsa do Porto, até 1 de Maio
Esta exposição é uma viagem por sete séculos de história através das principais joias da cartografia portuguesa da época dos descobrimentos e dos manuscritos iluminados mais relevantes do Património histórico europeu que atualmente se encontram nos arquivos e bibliotecas mais importantes do mundo.
A sua temática abarca áreas tão diversas como a cartografia —a «ciência dos príncipes»—, a religião e a espiritualidade, a medicina, a biologia, a alquimia, a sexualidade, etc.
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