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Eu não vou escolher os melhores livros de 2018. Sequer os melhores para mim. Escolhi destacar os mais marcantes de cada mês e essa marca teve variados motivos.

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Janeiro: Sarah Waters, Os hóspedes

Queria ler Fingersmith, que colocou Sarah Waters na shorlist dos prémios Booker e Orange, mas a biblioteca tinha Os hóspedes e por isso foi esse o primeiro. Queria uma obra que representasse a comunidade literária LGBTQ e recebi em troca um thriller magnífico.

 

Fevereiro: O conde de Monte Cristo, Alexandre Dumas

Há clássicos que se destacam por serem tudo que imaginaste que seriam. E depois há aqueles que te surpreendem por evidenciar que lá porque viste uma dúzia de adaptações cinematográficas, não quer dizer que conheças a história. Foi precisamente o que aconteceu comigo.

O conde de Monte Cristo foi uma leitura magnífica em cada página (e eu tinha 3 volumes) e recomendo vivamente a sua leitura.

Não só se destacou como uma das minhas leituras preferidas de 2018, mas também como evidência de que deveria ler clássicos, que vinha excluído, porque achava que já conhecia a história e que o livro não traria nada de novo.

 

Março: Marquesa de Alorna, Maria João Lopo de Carvalho

Há dois livros que queria muito ler sobre a Marquesa de Alorna: o da Maria João Lopo de Carvalho e as Luzes de Leonor de Maria Teresa Horta.

Comecei por Marquesa de Alorna simplesmente por ter sido o primeiro que me veio parar às mãos. Gostei imenso da introdução a uma personalidade histórica absolutamente incrível e fez-me perceber que são raras as minhas leituras de biografias de personalidades nacionais, uma falta que pretendo colmatar.

Não foi a melhor biografia ficcionada que já li, mas destaco-o porque me deixou com imensa voltade de continuar a ler biografias (ficionadas ou não).

 

Abril: O Canto de Aquiles, Madeline Miller

Adorei, adorei, adorei. O Canto de Aquiles reconta um dos mais conhecidos episódios da Ilíada - a guerra de Tróia - focando numa das suas mais reconhecidas personagens - Aquiles, o semi-deus, o "melhor dos gregos" e o seu relacionamento amoroso com Pátroclo. 

É um livro magnífico, extraordinariamente escrito e mal posso esperar para ler Circe, o novo romance de Madeline Miller.

 

Maio: I’ll be gone in the dark - Michele McNamara

Maio foi o mês dos audiobooks e o primeiro foi um livro que ainda cá não tinha chegado. Raramente há livros sobre crimes reais tão bem tratados. Este, pela morte de Michele, pelo seu contributo para a detenção de um assassino em série que continuava impune há décadas, sensibilizou-me muito.

 

Junho: Racismo em Português - O lado esquecido do colonialismo, Joana Gorjão Henriques

Se me torcessem o braço para escolher o melhor livro de não ficção que li este ano, esta seria a minha escolha, pelo que me ensinou e pelo quanto me fez sentir. Foi como se uma nova realidade me tivesse sido exposta e até as notícias do dia-a-dia são lidas com mais conhecimento de causa.

Junto-lhe o Racismo num país de brancos costumes e resta-me esperar que venham outros. Até lá, vou continuando a seguir de perto o trabalho da jornalista no Público.

 

Julho: A Ponte Invisível, Julie Orringer

Nomeado para o prémio Orange de 2011 foi um dos preferidas da ficção, pelo ambiente que criou e pela forma como me manteve presa às suas 800 páginas.

A história começa em 1937, na cidade de Paris, com a guerra e o Holocausto a aproximarem-se perigosamente. Andras Lévi, um estudante de arquitetura judeu é a personagem principal deste romance baseado na história da família da autora.

 

Agosto: Malditos, Histórias de Homens e de Lobos, Ricardo J. Rodrigues

Este pequeno grande livro, do jornalista Ricardo J. Rodrigues entrou imediatamente para o meu top de leituras preferidas de não ficção.

Através das experiências de aldeões, pastores, biólogos, veterinários e até dois lobos (Urzeira e Trevo), fica-se com um claro panorama da relação entre os homens e os lobos e porque estes últimos irão desaparecer em breve das serras portuguesas. Os humanos simplesmente não merecem os lobos.

 

Setembro: Anne McCaffrey

Anne McCaffrey foi a primeira escritora (mulher) a ganhar os prémios literários Hugo e Nebula, ambos com a sua série Dragonriders of Pern e eu estava mortinha por os ler.

Estava com imensas saudades de ler não ficção e esta série foi a introdução perfeita. Já li alguns e ando a considerar a ordem de leitura - cronologia de publicação ou seguindo o desenrolar da história?

Adorei e a senhora que se segue é Ursula Le Guin.

 

Outubro: Arthur Conan Doyle

Outubro foi o mês em que li uma boa parte dos contos de Sherlock Holmes, acompanhando o Sherlocktober de Steve Donoghue. Era uma ambição antiga e que me deu muito prazer em concretizar.

 

Novembro: The Feather Thief: Beauty, Obsession, and the Natural History Heist of the Century, Kirk W. Johnson

The Feather Thief é um livro sobre história natural, sobre uma comunidade de pessoas com uma paixão, sobre a ligação entre o homem e a natureza, os limites éticos na relação entre estes e um fantástico policial.

É o arquétipo do meu livro de não ficção preferido: que me proporciona novos conhecimentos e o faz de forma envolvente. Sem dúvida, uma das minhas leituras preferidas deste ano.

 

Dezembro: Ainda aqui estou - Patrícia Carvalho

Ainda aqui estou é um retrato da jornalista Patrícia Carvalho sobre os incêndios de Junho e Outubro de 2017. Conta a história de pessoas que viram as suas vidas mudar completamente com os acontecimentos: os bombeiros, Sílvia Cruz, uma socióloga que criou o grupo Esposende com Pedrogão no Coração, o Sr. Francisco Manuel Ribeiro, cuja foto se tornou um símbolo de um país rural, envelhecido e abandonado, entre outros.

Emocionalmente, foi um assalto aos sentidos. Foi uma leitura difícil que me obrigou a parar frequentemente. Racionalmente, foi uma leitura obrigatória para quem deseja perceber tudo o que correu mal.

Este pequeno livro que comprei em versão digital e depois em papel, é para mim um lembrete de que tenho de ler mais não ficção portuguesa, se desejo ser uma cidadã consciente e informada.

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Há alguns anos comecei a descobrir a introduzir, de forma muito intencional, a não ficção nas minhas leituras como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal. Mas não só, porque quando me abri a este novo género, rapidamente descobri que a não ficção pode ser uma leitura muito divertida.

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Leslie Jamison, The Empathy Exams: Essays 
O Mistério dos Mistérios, Clara Pinto Correia
Olha-me nos olhos, John Elder Robinson 
I’ll be gone in the dark - Michele McNamara 
Racismo em Português - O lado esquecido do colonialismo, Joana Gorjão Henriques
Racismo no País dos Brancos Costumes, Joana Gorjão Henriques
Armas, germes e aço, Jared Diamond
Ainda aqui estou, Patrícia Carvalho
Malditos, Histórias de Homens e de Lobos, Ricardo J. Rodrigues
The Feather Thief: Beauty, Obsession, and the Natural History Heist of the Century, Kirk W. Johnson
SPQR – Uma História da Roma Antiga, Mary Beard 
Moonwalking with Einstein: The Art and Science of Remembering Everything, Joshua Foer

 

Quando olhei para esta lista de destaques, entre as minhas leituras de não ficção, senti-me particularmente satisfeita. Foi um excelente ano para não ficção.

Li vários livros que contribuíram para renovadas visões do mundo, que me ensinaram sobre o nosso planeta e os seus habitantes e ainda que me entretiveram com histórias do extraordinário (como aconteceu com os livros sobre crimes reais e a memória).

 

Comecei o ano com um livro magnífico de ensaios sobre a empatia (The Empathy Exams: Essays), mas, outros se seguiram que acabam por ser sobre nos colocarmos no lugar dos outros: Olha-me nos olhos (Síndrome de Asperger) e os livros da Joana Gorjão Henriques sobre o racismo.

 

Este últimos fazem também parte de um conjunto de livros sobre Portugal que quero ler, como ferramenta para conhecer melhor a realidade nacional. É incrível a forma como apenas 1 ou 2 livros me foi permitindo ler as notícias de forma mais informada.

Fazem também parte desse grupo as leituras de Malditos, Histórias de Homens e de Lobos e Ainda aqui estou, da colecção de retratos da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Aliás, tenho vários livros na estante, entre retratos e ensaios que são um dos meus objectivos de leitura para 2019.

 

Tenho de destacar o magnífico Moonwalking with Einstein: The Art and Science of Remembering Everything, Joshua Foer, um audiolivro sobre a memória que me fez querer treiná-la e reinventar a forma como percepciono o tempo.

 

Finalmente, destaco os grandes calhamaços que me ensinaram imenso sobre o nosso mundo e, acima de tudo, desconstruiram ideias erradas que a história superficial e a cultura popular me foram dando ao longo da vida: Armas, germes e aço sobre a evolução humana e como nos fomos instalando pelo planeta e os porquês das diferenças civilizacionais e SPQR, sobre a história da Roma Antiga.

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Até à lavagem dos cestos é vindima, por isso o meu ano só termina em 31.12 à meia-noite. E saibam que é mais provável encontrarem-me a essa hora na cama com um livro que a beber espumante.

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O Moinho à Beira do rio - George Eliot, pseud. (Mary Ann Evans) 
A obra de  Arthur Conan Doyle
A escrava Isaura - Bernardo Guimarães
O conde de Monte Cristo, Alexandre Dumas
Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke
A volta ao Mundo em 80 dias, de Júlio Verne
Amor de Perdição, Camilo Castelo Branco
Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas
A guerra dos mundos, H. G. Wells
A saga de Gösta Berling - Selma Lagerlöf
Os Miseráveis, vol.1
A Casa e o Mundo, Rabindranath Tagore
O som e a fúria - William Faulkner

 

2018 foi um ano excelente de clássicos literários. Comecei o ano com O Moinho à Beira do rio - George Eliot, pseud. (Mary Ann Evans), um calhamaço de mais de 500 páginas, que é como gosto de começar um novo ano. Gostei imenso e devorei-o em dois dias. Em 2019, quero imenso ler Middlemarch.

Um dos meus preferidos do ano foi O conde de Monte Cristo, Alexandre Dumas. É uma obra magnífica que recomendo vivamente. É um arco-íris de personagens, contexto histórico, retrato social e perfil psicológico. Nesta história de vingança, Alexandre Dumas faz-nos navegar entre a justiça e os danos colaterais desta.

 

Porque gostei tanto de O conde de Monte Cristo, fiquei bastante desiludida com Os Três Mosqueteiros. Um excelente exemplo de que há clássicos e clássicos.

 

Em Outubro (Sherlocktober) finalmente cumpri um dos objectivos traçados em Janeiro, que era ler os contos de Arthur Conan Doyle. Adorei!

 

Finalmente, a minha grande surpresa foi o quanto gostei de reler Amor de Perdição, Camilo Castelo Branco, graças ao Clube dos Clássicos Vivos. É outro dos meus objectivos: reler os clássicos da escola, com novos olhos.

 

Em 2019 quero ler Amor de Salvação, o livro que eu não sabia que existia e terminar de ler Os Miseráveis, do qual só li o primeiro volume.

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