Lidos em Abril
Confesso-me com preguiça para um texto rigoroso para cada uma das obras, por isso aqui ficam as minhas impressões, em jeito de diário de leituras.
Suite Francesa - Irène Némirovsky biblioteca pessoal
Por sugestão da Sara, fiquei completamente apaixonada por Irène Némirovsky. Estupidamente, pensei tratar-se de uma obra recente, desconhecendo que era uma obra de uma escritora judia, contemporânea da ocupação nazi e tendo morrido em Auschwitz-Birkenau.
O prefácio do livro, que conta a biografia da autora e explica como esta é uma obra inacabada, é excelente. Adorei... eu que odeio prefácios.
Quase se pode dizer que são dois livros num, o primeiro retrata a fuga de várias personagens pela França, na iminência da ocupação nazi. Irène Némirovsky retrata de forma sublime as pequenas formas de se perder a humanidade, na luta pela sobrevivência.
Na segunda, já numa França ocupada, a história de amor uma jovem francesa com um oficial nazi que ocupou a casa onde vivia com a sua sogra.
Meias de seda - Kate Chopin biblioteca pessoal
Ainda não tinha lido Kate Chopin, admite-se?
Foi o livro que escolhi para o Ler os Clássicos 2021 e Abril Contos Mil. Não tive problema em assumir a batota, porque a Bárbara também assumiu a ligação.
Kate Chopin, uma autora norte-americana do séc.XIX, é considerada percursora da literatura feminista, dado o seu enfoque nas personagens do sexo feminino.
Curiosamente, acho que este texto, escrito imediatamente após a leitura, seria completamente diferente do que escrevo hoje. Embora tenha terminado a leitura com uma impressão muito positiva da obra, a verdade é que, algumas semanas depois nada ficou, com excepção do memorável conto Meias de Seda.
Jack - Marilynne Robinson Audio, Scribd
O mais recente título daquela que é, até agora, a tetralogia Gilead de Marilynne Robinson.
Jack é uma magnífica personagem, que cresceu como o rebelde filho de um pastor cujas acções o levaram a um percurso de vida de martirização, culpa, vergonha e redenção. Vive como mendigo e alcoólico, porque não se consegue perdoar.
Isola-se da família (e de todos), como forma de evitar danos sobre terceiros, já que as suas acções acabam sempre a destruir tudo em que toca.
É assim que se sente em relação a Delia, uma jovem professora negra (no tempo de Jim Crow), quando de apaixona por ela. O seu amor, só pode trazer a esta jovem a vergonha (nunca poderiam casar) e ostracismo por parte da sua comunidade, por se aliar a um branco.
O livro é um fantástico retratato psicológico, entre memórias, diálogos interiores com cenários reais e até imaginários (se...eu faria...).
Fugitive Telemetry - Martha Wells Audio, Scribd
A última novela da série Muderbot Diaries.
Irresistível. Dei pulinhos de alegria quando vi que o tinha no Scribd, no dia da publicação. Comecei imediatamente a ouvir.
O sarcasmo e o humor tornam sempre a experiência de leitura (ou audição) um incrível prazer.
Esta novela tem a particularidade de parecer um policial, porque começa com um assassínio cujo culpado tem de ser descoberto.
Mais, por favor.
[A ler]
Livro do desassossego - Fernando Pessoa [A ler] biblioteca pessoal
