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(...) A violência da prática da pesca do bacalhau no Atlântico Norte era mascarada de vocação e heroísmo. A verdade, conheciam-na os filhos e os netos de pescadores, só de lhes sentirem ou observarem as mãos. queimadas pelo frio, curtidas pelo sal, inchadas de panarícios, rasgadas em frieiras, tingidas pelo sangue de bacalhau, escamadas e rebentadas pela flor da Islândia, afeção grave provocada pelo atrito da fricção permanente das linhas de pesca e das mangas das camisolas de lã sobre a pele. em outubro, quando regressavam de 6 meses no mar, esqueléticos, exaustos, muitos tem alguma vez trocar de roupa o levar mais do que a cara e os pés com água do mar os pescadores passavam essas mãos toscas pelo rosto das suas mulheres e crianças.
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