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My Books News

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Kristin Lavransdatter - Sigrid Undset

13.06.19

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Hoje, madrugada dentro, terminei a trilogia de Kristin Lavransdatter (Coroa, Esposa, Cruz), de Sigrid Undset (1882-1949), a segunda mulher a vencer o prémio Nobel da Literatura (1928).

Não tenho qualquer vergonha em dizer que foi em lágrimas que me fui despedindo de cada uma das personagens que acompanhei durante mais de 1200 páginas.

 

A trilogia de Kristin Lavransdatter é uma das mais magníficas obras literárias que já li. Pareceu-me que estava a combinar num só, duas séries igualmente magníficas: Gilead de Marilynne Robinson e Wolf Hall de Hilary Mantel.

 

A história de Kristin Lavransdatter é também a dos inícios do séc. XIV em que a Noruega e Suécia viviam tempos conturbados de disputas entre aristocratas, pelo poder de dois reinos, que ou tinham reis menores ou que morriam sem descendentes. Tempos de grande poder da Igreja Católica no dia-a-dia de todos, mas também de povos que nos piores momentos das suas vidas, recorriam às religiões pagãs dos seus antepassados.

 

A trilogia começa com Kristin Lavransdatter com 7 anos, filha única de um casal de senhores feudais, que é adorada pelo pai e que vive uma relação conturbada com a mãe, que dela tem ciúmes da relação dos dois. Ainda em criança é acordado o seu casamento com Simão, um jovem que o pai considerou um bom partido, mas esta apaixona-se por outro homem e tudo faz para casar com este, questionando todo um sistema de valores patriarcais e clericais.

 

Aliás, a componente religiosa e moral é fortíssima em Kristin Lavransdatter, fruto da conversão de Sifrig Undset à Igreja Católica em 1924, com 42 anos.

 

Durante mais dois volumes, acompanhamos a vida de Kristin Lavransdatter, do seu marido, filhos e um incrível leque de personagens ricas e construídas minuciosamente, página a página. É impossível não nos apaixonar-mos por elas.

 

É lamentável que não haja mais que uma edição portuguesa esgotada e em depósitos de bibliotecas, muitas que não permitem leituras domiciliares desses volumes.

 

Pelas minhas contas, a autora entrou no domínio público em 2019. Espero que isso leve as editoras a republicá-la. Eu não hesitaria em comprar.

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