Curtas literárias 30.12.2019
1.
Desisti de Permanent Record, a auto-biografia de Edward Snowden. Ainda cheguei a metade do audio-livro de 11 horas, mas a vida é demasiado curta.
O livro é, honestamente, muito aborrecido. Os detalhes e as histórias são muitas vezes redundantes e acabam por não ter, seja um fio condutor, seja uma finalidade, para estarmos a ler aquilo.
Ao autor, falta a capacidade de síntese.
Parece que terei que encontrar outras fontes, para ler sobre os sistemas de vigilância em massa, perpetrados pelos Estados e pelos grandes grupos económicos.
2.
A internet está cheia de pequenos dramas literários.
Destaco Courtney Milan e a discussão sobre o racismo associado à representação fetichisada de mulheres asiáticas e J. K. Rowling sobre os direitos das mulheres transexuais.
3.
Sobre J.K. Rowling, este caso e a forma como tem aditado informações ao universo Harry Potter, a miúdo e ao sabor do momento, lembram-me um fantástico vídeo de Lindsay Ellis, chamado Death of the Author, que recomendo vivamente.
Já agora, Death of the Author é um ensaio de 1967 do crítico literário francês Roland Barthes, sobre incorporar as intenções e o contexto biográfico de um autor na interpretação de um texto.
Neste momento, em que tanto se fala na "cancel culture", é um ensaio incrivelmente pertinente (concordemos, ou não).
4.
Será que posso mandar uma farpazinha ao facto de a lista de preferidos de Barak Obama ter Bernardine Evaristo e não The Testaments?
5.
A mais recente adaptação de LITTLE WOMEN está a receber excelentes críticas.
6.
O Bookriot fez um excelente artigo em que pegou nas "palavra do ano" de 3 dicionários online, para recomendar livros que explicassem esses temas aos mais jovens.
Ter contacto com crianças, é saber o quão difícil é explicar alguns assuntos, de forma adequada às idades, coerente e consistentemente.
Espero que tenham boas entradas em 2020 e vemo-nos em Janeiro.
Que 2020 seja um fantástico ano!