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Ler e Partilhar Livros
Cheguei a este Cleópatra porque desejava ler Stacy Schiff, vencedora do Prémio Putitzer de Biografia (em 2000, com Vera, Mrs. Vladimir Nabokov; tinha sido anteriormente nomeada com a biografia de Saint-Exupéry). A minha biblioteca só tinha Cleópatra e, na verdade, como resistir ao chamamento de tal personagem?
Do início ao fim, Stacy Schiff recorda-nos que a reconstituição da biografia de Cleópatra é dificultada pela forma como a historia é reescrita pelos vencedores e os seus historiadores oficiais. Na verdade, a sua biografia é feita de relatos dispersos, a partir de 60 anos, após a sua morte, por quem nunca a conheceu.
Mais, perante o estatuto das mulheres, na sociedade alexandrina, incomparável em Roma e incompreensível para os romanos, não ajudou que a sua história fosse contada por homens.
Existem muitas estátuas de homens a matar leões mas, se os leões fossem escultores, talvez as estátuas fossem muito diferentes.
Ésopo
Começo a biografia e recebo a minha primeira lição de história: "os ptolomeus eram, na realidade, gregos macedónios, o que faz de Cleópatra tão egípcia como Elizabeth Taylor". E termino-a com a revelação de que a história da morte por serpente venenosa tão improvável como apetecível, num mundo masculino muito habituado a associar mulheres a serpentes.
A Cleópatra que me é revelava é altamente culta (o historiador Plutarco atribui-lhe fluência em 9 línguas), astuta, inteligente e incrivelmente fascinante.
Stacy Schiff, ao confrontar de forma sistemáticas as diferentes fontes, forma um retrato consistente, mesmo quando lhe aponta as inconsistências, reforçando a credibilidade do seu trabalho de investigação.
Acabei com a sensação que tinha lido uma obra magnífica (devorada em 4 dias) e a prometer-me que não irei esquecer-me de incluir mais biografias no meu leque de leituras.
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