As livrarias não deveriam ser excepção
Eu adoro livros.
Mais que isso, ler livros, ouvir livros, escrever sobre livros, passar horas a ler "1001 you should read before you die", ouvir podcasts sobre livros, fazer listas sobre livros, passear pelas estantes, são a melhor parte do meu dia.
Eu sei que soa um pouco patético e desesperado, mas é a verdade.
Mas honestamente, no contexto da pandemia, eu não consigo alinhavar um argumento que seja, em favor de manter livrarias abertas, quando tudo o resto está fechado.
Perto da minha casa, o Sr. Júlio (um senhor com bastante idade, que conheço ali desde que me lembro por gente), vende vestuário para ambos os sexos. É uma pequena loja de bairro e já não tem muitos clientes.
Que justificação poderá haver para ele estar fechado e a livraria estar aberta?
Crise? Não estão todos em situação de crise?
Contaminação de objectos? Não vai ser possível manusear os livros?
Eu adoro romantizar os livros, não me entendam mal. É uma das minhas coisas preferidas.
Mas isto é uma questão de justiça social e do mais elementar bom senso.
E sobre as notícias de que se poderá vender livros nos hipermercados, compreendo menos.
Além de ser concorrência desleal, contraria os objectivos de limitar os locais fechados a deslocações para acesso a bens essenciais.