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Tinha planeado associar-me ao Clube dos Clássicos Vivos, de Maio/Junho, para ler o A volta ao mundo em 80 dias, de Júlio Verne.
Curiosamente, um dos autores que tinha planeado ler este ano, mas não era um dos livros que possuisse na estante. Porém, nada que a minha biblioteca municipal não resolva.
Comecei pelas 21h e às 3h estava a terminar. Maldita insónia.
Ainda estava a começar e já estava a adorar a experiência, por não conseguir libertar-me da imagem que tinha d Phileas Fogg:
Mas pergunto-me se a leitura nocturna não ficou comprometida, porque não me recordo de nenhuma viagem em balão de ar quente, algo que ilustra muitas das capas da obra. Talvez tenha dormido durante essa parte da viagem.
Actualizado: perguntei no grupo sobre a viagem de balão. Afinal não existe, embora haja uma menção (isso recordo-me) que seria óptimo se existisse, para atravessar o Atlântico.
Agora pergunto-me: os editores e/ou ilustradores não leram a obra?
A história faz parte da cultura geral: Phileas Fogg, um cavalheiro britânico muito fleumático e rico, decide aceitar uma aposta em como consegue dar a volta ao mundo em 80 dias, como previa uma notícia do seu jornal.
De Londres ao Suez, comboio e navio: 7 dias. Do Suez a Bombaim, navio: 13 dias. De Bombaim a Calcutá, comboio: 3 dias. De Calcutá a Hong Kong, navio: 13 dias. De Hong Kong a Yokohama (Japão), navio: 6 dias. Para São Francisco, navio: 22 dias. Até Nova Iorque, comboio: 7 dias. De Nova Iorque a Londres, navio e comboio: 9 dias. Total? 80 dias e uma volta ao mundo.
O mundo está mais pequeno, porque o avião Concorde era capaz de dar uma volta ao mundo em 32 horas. Porém, A volta ao Mundo em 80 dias foi escrito em 1872 e por isso imaginem o fascínio que não deve ter sido esta hipótese e as descrições de outras terras e culturas.
Eu confesso que me aborreci com algumas descrições, claramente fruto de viver num mundo muito mais conhecido do que aquele que Júlio Verne partilhou.
Ainda assim, uma leitura divertida e um final muito inteligente.
Aproveito para ligar a um artigo muito interessante do Guardian, que por coincidência lia ontem e que se referia a uma “depressing children’s literary landscape”, que vinha substituindo os livros de aventuras.
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