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Ler e Partilhar Livros
A História de Roma, de Joana Bértholo, é um romance que nos leva a uma viagem através da memória e da identidade, pelas cidades partilhadas na história de um casal: Buenos Aires, Berlim, Marselha, Beirute e Lisboa.
A narrativa desenrola-se em Lisboa, onde a protagonista, uma lisboeta, guia o seu ex-companheiro por diferentes percursos da cidade, após um reencontro, depois de dez anos de separação.
Ao longo desses percursos, as memórias do passado comum vão sendo desvendadas, revelando as diferentes e até contrárias perspectivas que cada um tem sobre a relação e sobre a vida com um todo.
Joana procura respostas fora de si, ao mesmo tempo que tenta reconstruir uma vida e uma identidade.
A escrita de Joana Bértholo é poética, captando com precisão as nuances das emoções e dos pensamentos de Joana, uma bolseira precária que vai atravessando continentes,
na busca de si
contra estereótipos
amarrada ao seu passado
A História de Roma é um livro que nos obriga a reflectir sobre as nossas próprias memórias, sobre as expectativas de uma "geração mais qualificada de sempre", sobre as exigências sobre humanas que ainda recaem sobre as mulheres.
E já agora, não posso deixar de notar que Joana Bétholo escreveu um manifesto feminista que parece saído do discurso de America Ferrara, mas que foi escrito antes do filme Barbie.
A escrita de Joana Bértholo é inovadora e experimental, com linguagem moderna e directa, ou não fossemos já uma "geração nativa do mundo digital".
Juntando Ecologia e A História de Roma, vejo em Joana Bértholo a mais fiel herdeira de Saramago. E não é exagero.
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