Quantidade vs. Qualidade

Ao rever as listas de 2021, cheguei à conclusão que me faltavam livros na lista de lidos de 2021. Pelo menos 2... ou seja, li 51 do meu objectivo de 52 livros/ano.

Eu não percebo porque as conversas em tornos de desafios literários continuam a cair no quantidade vs. qualidade, com os habituais argumentos de a quantidade é em detrimento da qualidade: ou os livros são chiclete ou o sistema não permite reflectir sobre o que se leu.

Eu não como um bolo pelo valor nutricional, eu como-o porque é delicioso. E eu não leio todos os livros com a expectativa de que tenham valor cultural, ou sejam alta cultura ou sejam melhores ou piores.

Eu leio por prazer, por desafio, por entretenimento, pelo conhecimento, pelo divertimento, pela informação, ...

Há meses em que leio 10, há meses em que leio 0. Para mim, ler em quantidade é bom sinal, quer dizer que estou bem, descansada e menos distraída pelas redes sociais.

Em vez de policiar as leituras dos outros, talvez fosse mais produtivo lembrarem-se que estamos numa fdp de uma pandemia mortal e o que / quanto os outros leêm, não é uma arma de arremesso.

É surreal continuar a ter esta discussão.

Esperança

Desde que iniciamos a ocupação do planeta ocupamos uma perigosa bagagem no decurso da nossa evolução: propensões hereditárias a agressão e ao ritual, submissão aos chefes e hostilidade para com os estranhos, que põe em perigo a nossa própria sobrevivência. Mas em contrapartida, também ganhamos a compaixão pelos outros, o amor pelos nossos filhos e pelos filhos dos nossos filhos, um desejo de aprender a partir da história e uma inteligência apaixonada sempre a tentar chegar mais longe - tudo e instrumentos de sobrevivência e prosperidade.

Cosmos - Carl Sagan

Bom senso

A nossa inteligência dotou-nos recentemente de poderes espantosos. Não está ainda todavia esclarecido se teremos o bom senso necessário para evitar a nossa própria autodestruição.

 

Cosmos - Carl Sagan