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“a book about people trying to solve problems caused by people trying to solve problems”

 

Elizabeth Kolber maravilhou-me com o seu SEXTA EXTINÇÃO (vencedor de um Pulitzer) e arrasou-me com o seu UNDER A WHITE SKY: THE NATURE OF THE FUTURE.

 

Este livro é, para mim, de leitura obrigatória.

Embora com momentos algo morosos nas descrições, Elizabeth Kolber mostra como várias intervenções humanas, que procuravam resolver problemas, se revelaram profundamente desastrosas.

O livro fala sobre a introdução da carpa asiática num ecossistema, com o propósito de controlar plantas aquáticas tóxicas. Uma solução "ecológica", impulsionada pela obra de excelência da protecção ambiental: Silent Spring de Rachel Carson, que gerou um movimento contra a utilização excessiva de pesticidas, nos anos 60.

O problema é que a carpa asiática não tem predadores na zona dos grandes lagos da América do Norte (e já agora, em Portugal) e como tal, tornou-se uma espécie invasora e destruidora de habitats pela forma como comem e se de reproduzem. Agora, os humanos procuram formas de controlar as carpas.

Saltando das carpas para os sapos e ratos, para explicar o conceito (para mim fascinante) de manipulação de genes dominantes. Sabem aquelas aulas de ciência em que aprendemos que o tipo A ou B são dominantes em relação ao tipo sanguíneo O?

Pois bem, já é possível manipular esses genes dominantes. Por exemplo, introduzindo no ecossistema ratos que só reproduzissem machos. Cada nova geração teria esse gene dominante e continuaria a apenas produzir machos, até à extinção da espécie.

 

Outro exemplo utilizado são os diques de Nova Orleães e o desastre provocado pelo furacão Katrina. No final, ficamos com a clara sensação da irracionalidade que é criar novos diques, gastando muito mais do que seria gasto a realojar pessoas. Porque continuar a lutar por ocupar espaço da natureza?

Um exemplo clássico que evidencia como os mais pobres são os primeiros a pagar os custos ambientais, é a Isle de Saint Charles, que está a desaparecer devido a intervenção humana, nomeadamente por causa da exploração do petróleo.

E, apesar de haver dinheiro para relocalização dos seus habitantes, este não foi desbloqueado. E assim sofre uma tribo indígena sem voz. A exploração trouxe a ruína e são estes que pagam o preço.

 

Finalmente, Elizabeth Kolber fala-nos do estado da arte em relação à luta contra o aquecimento global, especificamente relacionado com a emissão de dióxido de carbono e as estratégias para a sua captura.

Uma fascinante visão da geo-engenharia, mas também uma triste conclusão: o princípio do fim já chegou. Chegará de forma desigual e injusta, mas inevitavelmente chegará a todos.

Os piores indicadores estão a ocorrer antes do previsto. Nada mais que um milagre - tecnológico, poderá reverter a situação.

 

No fim, ficamos com a sensação que todas as nossas acções individuais são fúteis e que as grandes "máquinas" de interesses irão acelerar a destruição.

Ainda ontem, em choque, lia  sobre o facto da "energia verde" incluir biomassa que, por sua vez, é produzida com o abate de florestas.

 

Elizabeth Kolber arrasou-me e não vejo como ser optimista, a partir deste ponto.

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Em Junho li apenas dois livros, mas foram 2 EXCELENTES livros:

 

1. Quarto de Despejo - Diário de uma favelada, Carolina Maria de Jesus (#blackathon; #lerosclássicos2021)

2. The Passion - Jeanette Winterson (#queerlitread)

 

Ambos da minha biblioteca pessoal. Nesse aspecto, o COVID veio resolver um velho problema de consumo: não vou a bibliotecas, nem compro livros. Leio o que tenho.

 

Cof... cof... hoje comprei um livro, na Remar: Verdes Anos de Colette.

 

 

Para Julho, o plano é terminar dois livros em curso:

  1.  

Chiquinho - Baltasar Lopes da Silva (Cabo Verde)

https://fotos.web.sapo.io/i/Pda189431/22110565_NcBIn.jpeg

Nada mais apropriado do que no mês, em que se celebra a independência de Cabo Verde (5 de Julho de 1975), eu leia um livro por um autor cabo-verdiano.

E como o #lerosclássicos2021 de Julho é: um clássico asiático, africano, caribenho ou da Oceania, encaixa perfeitamente.

 

    2.

Under a white sky: The nature of the future - Elizabeth Kolbert

2.JPG

Só faltam 2,6 horas e eu estou a ouvi-lo a 1.2 de velocidade, por isso, ainda menos que isso.

 

 

Na próxima semana, tomo a 2ª dose da vacina, ao final do dia. Vou com a plena consciência de que poderei ter pela frente algumas horas de espera.

Vou com espírito de missão: fazemos filas na rua, para que possam maximizar as aplicações das vacinas, dentro de portas.

Pelos nossos, por quem precisa do turismo para viver, da restauração, da cultura...

E convenhamos... eu já esperei horas, numa fila, por causa de uma promoção. Por causa da saúde de uma população e da economia do meu país? Até levo um banco, se for preciso.

 

E levo livros... claro!

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Tags:

Ficção

The Night Watchman, Louise Erdrich

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Finalistas: A Registry of My Passage Upon the Earth, Daniel Mason Telephone, Percival Everett

 

Teatro

The Hot Wing King, Katori Hall

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Finalistas: Circle Jerk, Michael Breslin and Patrick Foley Stew, Zora Howard

 

História

Franchise: The Golden Arches in Black America, Marcia Chatelain

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Finalistas: The Deviant’s War: The Homosexual vs. the United States of America, Eric Cervini The Three-Cornered War: The Union, the Confederacy, and Native Peoples in the Fight for the West, Megan Kate Nelson

 

Biografia

The Dead Are Arising: The Life of Malcolm X, the late Les Payne and Tamara Payne

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Finalistas: Red Comet: The Short Life and Blazing Art of Sylvia Plath, Heather Clark Stranger in the Shogun’s City: A Japanese Woman and Her World, Amy Stanley

 

Poesia

Postcolonial Love Poem, Natalie Diaz

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Finalistas: A Treatise on Stars, Mei-mei Berssenbrugge In the Lateness of the World, Carolyn Forché

 

Não ficção geral

Wilmington’s Lie: The Murderous Coup of 1898 and the Rise of White Supremacy, David Zucchino

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Finalistas: Minor Feelings: An Asian American Reckoning, Cathy Park Hong Yellow Bird: Oil, Murder, and a Woman's Search for Justice in Indian Country, Sierra Crane Murdoch

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