O mistério das cabeças cortadas
Depois da fase das meninas fotografadas de costas, da fase das flores, da fase da tipografia, claramente entramos na fase das cabeças cortadas.
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Depois da fase das meninas fotografadas de costas, da fase das flores, da fase da tipografia, claramente entramos na fase das cabeças cortadas.
1.
Aproveitei um crédito que ainda tinha (Wook) e comprei um romance em formato ebook por €2.99. O estranho é que se trata de uma publicação de 05/2019 e por uma autora de referência no género romance, nos EUA - Beverly Jenkins e na Amazon está ao dobro desse preço.
Adoro como esta autora incorpora factos reais nas histórias, como por exemplo as guerras do lixo em Detroit. A minha primeira impressão não foi das melhores (e expliquei porquê), mas esse aspecto fez querer revisitá-la.
2.
No NetGalley, pedi alguns romances para ler em formato digital. Leituras de poucas horas e que não impliquem grande capacidade de concentração, porque são o meu extra para o telemóvel, se me apanhar fora de portas sem livro e com tempo livre.
Grace Sinclair foi cruelmente expulsa de sua casa. E apesar de ter sido acolhida como órfã pelo vigário e sua esposa, a sua beleza insuperável impossibilita que ela permaneça na casa do vigário - com duas filhas prestes a entrar na sociedade. Felizmente, a estranha tia Bell de Grace concordou em levá-la para sua casa em Londres. Mas Grace logo descobre que sua situação ficou muito pior. Leva apenas um momento para que Grace verifique se a tia se casou com um libertino detestável. E tia Bell, reconhecendo o perigo de ter sua adorável sobrinha muito perto do marido, dá um ultimato a Grace: a jovem tem duas semanas para encontrar um homem para casar, depois do qual ela será expulsa.
A personagem principal - Grace - é fantástica e a história desenrolou-se de forma brilhante nos primeiros 2/3 do livro. Infelizmente, a autora não conseguiu levar o final a bom porto. Ainda assim, bastante satisfatório. Este pequeno romance cumpriu em absoluto o seu objectivo: algumas horas de puro escape.
Se não há homens insubstituíveis, há palavras que são insubstituíveis. Elas, de resto, não exprimem nunca o conflito, mas o seu fantasma; e o fantasma duma realidade está subordinado à escolha estrita das palavras. Aí repousa o estrato da confiança humana.