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Março foi um mês com excelentes leituras. Adorei o Março Feminino 2018 e o #ML122dias e escolher previamente alguns títulos, obrigando-me a pegar no que tinha nas estantes.
Curiosamente, as maiores surpresas foram os livros que há mais tempo tinha nas estantes:
Caramba! O Mistério dos Mistérios é mesmo bom.
Li um calhamaço, poesia e alguns contos.
Continuei a leitura da colecção "Portuguesas com história", da Anabela Natário, mas este segundo volume é mais sobre os homens, que propriamente as mulheres. Resultado, irritei-me e coloquei-o de lado.
Este mês também gastei bastante em novas aquisições. Além destes €25 de livros, gastei mais €15 para comprar Os Miseráveis, de Victor Hugo.
É uma das vantagens de se ler clássicos e preferir livros usados: o preço.
Clara Pinto Correia foi a autora que escolhi para assinalar o Dia do Livro Português e não poderia ter feito melhor escolha.
O livro de não ficção leva-nos pela história da reprodução, por conceitos, experiências e livros científicos desde os primórdios dos tempos.
A embriologia é um tema verdadeiramente fascinante, desde a sua associação aos dogmas religiosos até ao advento da ciência, pelas mãos de personagens tão improváveis como Cleópatra ou Da Vinci.
Como imaginarão, há o caricato - se o Adão foi criado por Deus, seguramente não tem umbigo - ao aterrorizador, se pensarmos que, as teorias das calamidades provocadas pelo sangue menstrual, ainda são motivo para matar mulheres, nos dias de hoje.
Mas para evidenciar o quanto este livro foi um banho de cultura geral, pego num pequeno exemplo com ligações literárias.
O Talmud afirma que o embrião passa por seis fases até nascer, mostrando-nos que a ideia aristotélica e escolástica da sucessão das almas também não é uma prerrogativa única do pensamento ocidental. Na primeira fase, que dura durante o primeiro mês e meio e em que o embrião não passa de uma massa informe, estaríamos perante o chamado GOLEM (...)
E não faltam outros exemplos, como referências nas obras de Fausto e até Samuel Becket.
No que respeita à estrutura, na não ficção, a concentração num tópico muito específico, é das abordagens que mais gosto.
A Clara Pinto Correia entra assim, na lista de comunicadoras de ciência, que desejo ler.
O microscópio era mais do que um instrumento do conhecimento: em perfeita sincronia com os ensinamentos cristãos, era um formidável instrumento de modéstia, revelando-nos brutalmente a pobreza das nossas obras perante as obras da Natureza, quando postas lado a lado debaixo das lentes: que perfeita que é a pata da mosca, e que tosco que é o fio da navalha!
Clara Pinto Correira - O mistério dos mistérios
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