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Ler e Partilhar Livros
Como referi, Novembro vou dedicar-me à não-ficção e confesso que tenho uma lista ENORME de livros a ler, neste género. E embora já soubesse que seria fácil ler apenas mulheres, o que não sabia é que encontraria tantos títulos interessantes por escritores/as portugueses/as.
Vou ser franca, a minha opinião de livros de não-ficção portugueses não é muito boa. Acho que a qualidade está a anos luz dos anglo-saxónicos e ou são pseudo-ciência ou académicos ao ponto de serem intragáveis de ler.
Porém, tenho visto títulos interessantes que gostaria muito de explorar. Aliás, cheguei a perceber que há autores/as a publicarem bastante neste nicho. E há títulos para todos os gostos.
Viver pela liberdade - Maria Antónia Palla
O livro que estou a ler neste momento, por recomendação (a pedido) de uma bibliotecária. Maria Antónia Palla é/foi uma activista dos direitos humanos e do feminismo, que - por acaso - também é a mãe do nosso primeiro ministro.
Está a ser uma leitura fascinante, já que trata em muito do jornalismo e dos movimentos estudantis no período da censura (anos 60, especialmente).
As primeiras mulheres repórteres, Portugal nos anos 60 e 70 - Isabel Ventura
Uma sequência natural para o livro de memórias de M. Palla.
O racismo em português - Joana Gorjão Henriques
O porquê de estar no topo da lista, aqui.
A arquitectura e a comensalidade - Uma história da casa através das práticas culinárias - Mariana Sanchez Salvador
Sempre me atraiu o estudo da nossa história através da perspectiva da vida privada. É uma tese de mestrado pelo que espero que não seja demasiado "cinzenta".
Animais e Companhia na História de Portugal - Maria Antónia Lopes
Quando li a sinopse, ri-me tanto que soube que teria de o ler.
Sabia que, em 1714, um grupo de frades moveu um processo judicial às formigas que flagelavam o Convento de Santo António? E que, até finais da Idade Média, havia ursos nas florestas portuguesas, sendo que, quem os caçasse, era obrigado a enviar as patas ao rei? Numa obra inovadora, exaustiva e rigorosa, descubra as relações que se estabeleceram entre a sociedade e os bichos, em Animais e Companhia na História de Portugal.
Da mesma autora:
O tempo das criadas - Inês Brasão
E já que estamos a falar da história da vida privada, um livro de memórias sobre a "condição servil", que - na minha memória - é feita de crianças atiradas para a casa de patrões, para "servir"; é assim que me recordo das histórias de familiares, "a servir" desde os 8 ou 9 anos de idade.
A ler:
O problema de ser norte - Filipa Leal
Perguntando ao Governador Civil de Lisboa a razão do encerramento da última associação feminina que persistia da 1ª República, aquele respondeu-lhe que "para tratar dos problemas das mulheres, existia já a Obra das Mães". Ao que Maria Lamas retorquiu: "Vou ver se é assim. Vou percorrer o país para observar como vivem as mulheres portuguesas e confirmar se os seus problemas estão realmente resolvidos".
Em "Viver pela Liberdade", Maria Antónia Palla
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