Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ler e Partilhar Livros
Esta pequena novela tem tanto de belo como de perturbador.
Sobre a relação entre Alice Lidell (a Alice do País das Maravilhas) e Charles Dogson (que viria a apresentar-se com o pseudónimo de Lewis Carroll), leva-nos ao íntimo (ficcionado) destas duas personagens. Mas o que mais gostei foi que se tornou, pelas referências que são feitas, a leitura perfeita para quem escolheu 2015 para ler "Alice no País das Maravilhas" e "Alice no outro lado do espelho". Recomendo a triologia.
A curiosidade levou-me a ler alguns textos pela internet sobre esta ligação. Um bom mistério é assim: há um diário (de Lewis Carroll) ao qual faltam algumas páginas, precisamente aquelas respeitantes ao período em que Lewis Carroll parece ter entrado em desfavor na família de Alice. Teria ele pedido a mão em casamento da pequena de 11 anos? Ou na verdade andava atrás da governanta e da mãe?
Fiquei com imensa curiosidade de ler as primeiras obras da triologia, por Mário Cláudio: Boa noite, Senhor Soares / Retrato de Rapaz.
Começo por dizer que sou particularmente exigente no que respeita a não ficção, especialmente ligada à saúde. Tenho um ódio de estimação aos livros que têm circulado de pseudo-ciência, em especial os que publicitam curas milagrosas associadas a dietas.
Tendo feito a advertência, não vos posso dizer que este é um dos casos. Não tenho conhecimentos suficientes para isso, mas há coisas que me arrepiam ver em livros de informação médica, como por exemplo:
"seria mais fácil para mim submeter-me à convenção médica e designa-lo como uma hipótese - um palpite informado, com base na observação e na minha experiência de cirurgião-, pois, de acordo com o paradigma médico, uma teoria é algo que pode ser desacreditado através de experiências laboratoriais, pelo que desafio qualquer pessoa a fazê-lo. Entretanto, enquanto aguarda pela burocracia médica para obter a confirmação, pode simplesmente cortar o açúcar da sua dieta e salvar-se.
Na minha opinião isto é arrogância que associo a charlatães. Basicamente o que o autor vos diz é: eu não chamo a isto hipótese - o que seria correcto, face ao facto de a única evidência ser "a minha observação" e a "minha experiência", mas como não há estudos científicos que o provem ou não provem, simplesmente façam o que eu digo.
Isto não é científica, é pseudo-ciência.
Mais, vão encontrar "teorias" como a associação do açúcar a determinadas doenças como por exemplo o Alzheimer... páginas e páginas, cuja substância se resume a isto:
As doenças seguintes são as que provavelmente não associa à dieta ou ao açúcar; contudo, acredito que as evidências fundamentam que a sua origem está em consonância com a teoria da compressão global.
Em suma, não há provas científicas, mas eu acredito e por isso deve ser verdade.
Os autores recorrem frequentemente à fórmula das "imagens de cancro nas embalagens de cigarro", descrevendo as doenças mais terríveis para assustar o/a leitor/a.
No final, claro está, uma dieta que eu sumarizo: deixem o açúcar e comam vegetais. E já agora, bebam café com uma colher de manteiga, em vez do açúcar. (sim, leram bem e sim, é a base de uma outra dieta milagre... haja paciência)
Finalmente, o mesmo tipo de informação está dispersa em distintos capítulos, tornando a leitura confusa. Falta-lhe estrutura e falta alguma capacidade de transmitir informação mais complexa de forma mais pedagógica.
Para quem tem uma diabética na família e um historial de diabéticos extenso na história familiar, este livro foi uma desilusão.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.